Estação Luz







Obra de Guilherme Fonseca e Renoir Santos começa ser vendida neste fim de semana

A Estação da Luz é uma das tantas contradições paulistanas. Ao mesmo tempo em que dialoga com a cultura, é palco dos passos frenéticos de quem toma diariamente os trens.
A estação ferroviária conserva uma arquitetura do fim do século 19 e hospeda o Museu da Língua Portuguesa, inaugurado em 2006. Mas mantém a antítese social de quem pouco tem e consegue superar a constrangedora barreira do pedir.
Foi nesse cenário de opostos que foi criado o roteiro de "Estação Luz", álbum nacional que começa a ser vendido em lojas de quadrinhos neste fim de semana (Devir, 80 págs., R$ 25).
A história faz uma recriação livre do Fausto, de Goethe (1749-1832). Tal qual a obra clássica do escritor alemão, há um pacto demoníaco em prol de perspectivas melhores na vida.
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O Doutor Fausto, culto e douto no livro alemão do começo do século 19, é atualizado para a figura de Wagner, catedrático em Semiótica e História da Arte.
Nos arredores da estação título da obra, ele encontra um mendigo inesperadamente culto e que sabe seu nome, mesmo sem que o tenha dito.
Não demora para perceber que se trata de um suposto mendigo. A curiosidade leva o professor universitário a retornar à Luz em busca do misterioso homem.
O estranho contato se estreita até seja firmada uma amizade e um pacto em nome do desejo de "ter tudo o que quiser".
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Embora tenha o enredo central baseado em Fausto, trata-se de uma adaptação livre da obra alemã. A começar pela ambientação, passada na conhecida estação paulistana.
Há outros pontos que irão divergir do livro de Goethe, mas cabe ao leitor descobri-los.
A ideia do álbum é do ilustrador Guilherme Fonseca. Ele conta que teve a fagulha para a história após ler Fausto. A Luz surgiu após chegar a São Paulo, em 1990, vindo de Curitiba.
"Passando um dia pela Estação da Luz, imaginei um demônio que morasse dentro do relógio, situação que remetia à dualidade luz e trevas", diz Fonseca no final da obra.
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"Estação Luz" é um dos dez projetos selecionados pelo Proac, programa de incentivo cultural patrocinado pelo governo paulista.
Cada um dos autores recebeu R$ 25 mil para tornar real a ideia da história em quadrinhos.
Este é o segundo trabalho fruto do edital publicado neste mês pela Devir. O outro álbum, "Fractal", mostra a investigação sobre um serial killer na cidade de São Paulo.
Os autores das duas obras participam de uma mesa com outros quadrinistas, seguida de autógrafos, neste sábado, às 22h, na loja da Devir (rua Teodureto Souto, 624, São Paulo).

Fonte: Paulo Ramos do Blog dos Quadrinhos , 12/12/2009